"Vocação e Identidade do Consagrado"
13 à 16 de Dezembro / Carpina-PE
Meditação: A essência da vida religiosa
O ser da vida consagrada
O projeto original da vida consagrada no século quarto é tão, simples que chega a ser chocante. É tão evangélico que revela como esquecemos o essencial, indo atrás de tantas coisas secundárias como nossas estruturas.
A expressão que os Padres do deserto usaram para descrever esse ser da vida consagrada foi: vivência do "Primado do Absoluto". Significa que, na vida dum consagrado, há somente um absoluto que é Deus: Por isso, todo o resto é secundário, relativo, ou como diria São Paulo, todo o resto "é perda".
Consagração: tocar algo sagrado
Tornar algo sagrado, no caso da vida consagra siginifica que tudo que somos, fazemos e possuímos pertencem a Deus em doação livre e alegre. Siginifica que todo o nosso ser, mais cedo ou mais tarde, deve ser dirigido para a glória de Deus, como uma resposta concreta de amor a Deus.
Dedicar algo somente para Deus
Pela profissão religiosa, a pessoa deixa, por opção, o mundo secular e entra no mundo sagrado. A pessoa consagrada agora pertence totalmente a Deus e é dedicada somente para o culto e para a adoração de Deus. A pessoa consagrada vive e respira somente para Deus, num ato contínuo de liturgia.
O povo sabe que pertencemos a Deus, mas ele tem também o direito de ver que vivemos isso em profundidade. Somos consagrados a Deus, e não podemos enganar o povo vivendo uma vida totalmente mundana sem intimidade com Deus.
Oferecer algo em sacrifício
O consagrado entra num processo lento, e às vezes doloroso, de morrer para si e para o "velho homem", para seu orgulho e para seu egoísmo, para ser totalmente dedicado a Deus. Esse conceito coloca no chão os dois pés do consagrado. Sem esse procosso de "holocausto" e martírio lento, é impossível viver o Primado do Absoluto.
Permanência
Uma consequência desse desejo de viver o Primado do Absoluto é que tal compromisso é por toda a vida. É radical. É assumir esse processo até "o caixão" e, de fato, até depois da morte porque essa identidade de consxagrado continuará por toda a eternidade (Ap 14,2-5)
O sentido da missão profética na vida consagrada
A sincera vivência do Primado do Absoluto da Igreja transformava os consagrados em profatas do reino. Quando alguém assume por profissão viver a aliança do batismo na sua radicalidade, então excerce uma dupla fun ção profética na Igreja e no mundo. O religioso cumpre o dever profético de ser a memória da Igreja ou a consciência da Igreja.
Anúncio profético
Deus para nós não é uma teoria. Deus é vida que celebramos e amamos concretamente. Também anunciamos o valor do viver em comunidade na fraternidade. Proclamamos o valor da probraza na profunda partilha de tudo na vida. Pela castidade, optamos pelo valor do serviço desinteressado em favor dos mais necessitados no mundo.
Denúncia profética
O religioso, pois, assume o papel de profeta, para denunciar esses valores falsos e não-evangélicos, que cada vez mais matam e dividem o povo de Deus. Trata-se de denunciar uma situação de "morte" para poder anunciar outros valores que trazem a "vida".
O fundamento evangélico da vida consagrada há de ser procurado naquela relação especial que Jesus durante a sua existência terrena, estabeleceu com alguns de seus discípuilos, convidando-os não só a acolher o Reino de Deus na sua vida, mas também a colocarem a própria existencia a serviço dersta causa, deixando tudo e imitanto mais de perto a sua forma de vida.
(Autor do texto: Padre Francisco Edmilson Neves Ferreira - Diocese do Crato-CE)
Textos bíblicos meditados durante o retiro
Mc 3,13-14 ; Mc 6,30-32 ; Jo 1,35-39 ; Ap 2,1-5 ; Mt 17,1-9 ; Sl 71; Ez 37, 1-14; Lc 6,12ss; Mc 6, 46ss; Mt 14,26ss; Mt 7,7-11
Missa de encerramento presidida pelo Padre Edmilson
Frei Antonio Malafaia prestando uma homenagem ao padre pregador |
"Assim como a corça suspira pelas águas correntes, suspira igualmente minh´alma por vós, ó meu Deus!" Sl 41